quarta-feira, 28 de maio de 2014

Bareta, parcial! Pau no lombo, mas só no lombo do pobre.

"Quando a policia prender, tranque doutor! Ou pelo menos dificulte" por Bareta em seu programa. antes do caso.

Imagem retirada do Versianni Infobits

O texto abaixo foi retirado de Blog de Paulo Victor

- Pau no lombo desse marginal!
- É bala, vem no rabecão do IML e mamãe chorando do lado
- Tá com pena, leva pra casa!


De segunda a sexta-feira é a mesma coisa. Quando o relógio marca 12h45, os sergipanos e sergipanas que ligam o seu aparelho televisor na TV Atalaia são apresentados a uma série de violações de direitos humanos. As frases acima – que expressam parte dessas violações - são apenas algumas das repetidas diariamente por Otoniel Rodrigues Amado, popularmente conhecido por Bareta. Frases que têm como alvo, como cantou o rapper Gog, em Brasil com P, “preferencialmente preto pobre prostituta pra polícia prender”.

Utilizando-se de um espaço público (não esqueçamos: televisão é concessão pública, com uma série de preceitos constitucionais), todos os dias, Bareta destila ódio e promove sua opressão de cor e de classe. Quando se trata de jovem negro e pobre do Santa Maria, do Coqueiral, do Rosa Elze e de tantos outros bairros da periferia da Grande Aracaju, Bareta não pensa duas vezes antes de vociferar: “pau no lombo desse marginal” ou “bala nesse elemento”. E para quem ousa dizer um “mas...”, ele dispara: “tá com pena, leva pra casa”.

Vídeo de Bareto no dia-a-dia da Tv sergipana


Mas quem assistiu o programa Tolerância Zero nessa segunda-feira (26) viu que o tele-justiceiro, defensor da prisão perpétua e da redução da idade penal, parecia outra pessoa. Ao falar sobre Ítalo Bruno Araujo Fonseca e Eduardo Aragão de Almeida, presos em flagrante com armas de uso exclusivo da Polícia, Bareta não fez espetáculo. Não houve repetição de imagens, não houve gritos, não houve encenações, não houve piadas, não houve suas clássicas frases. O que se viu foi um Bareta reflexivo e sereno, de voz baixa e engasgada, convocando os telespectadores a pensarem: “isso podia acontecer na família de qualquer um”, “ninguém sabe o que tem na cabeça de cada um”... Definitivamente, não era o Bareta nosso de cada dia.

Vídeo dele falando sobre o enteado do secretário da segurança pública de Sergipe.




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